quarta-feira, 12 de junho de 2013

Especial Dia dos Namorados, ou não?!

     Acabando com as doces ilusões... dia dos namorados é 14 de fevereiro dia de São Valentim! Para quem não sabe amanhã que é dia de Santo Antonio, o santo casamenteiro, agora fala sério... que chororo hoje?! 



     Para discutir racionalmente o amor coisa que ninguém faz... trago no blog um texto do filósofo alemão SCHOPENHAUER (1788-1860) – O FILÓSOFO DO HUMANISMO. Introduziu o budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Para ele, o mundo não passava de uma representação, uma síntese entre o objeto e a consciência humana. O que havia de real era a vontade, irracional e insaciável, por isso causa de todo sofrimento. Apesar do pensamento, apontar saídas para as dores do mundo: a contemplação da arte, a compaixão e, sobretudo, a anulação da vontade, uma fuga para o nada.


Livros:
A arte de ter Razão.
O mundo como Vontade e Representação.
Metafísica do Belo.
Fragmentos para a História da Filosofia.



Amor Desmistificado

O sentimento de um homem apaixonado produz por vezes efeitos cómicos ou trágicos, porque em ambos os casos, é dominado pelo espírito da espécie que o domina ao ponto de o arrancar a si próprio; os seus actos não correspondem à sua individualidade. Isto explica, nos níveis superiores do amor, essa natureza tão poética e sublimadora que caracteriza os seus pensamentos, essa elevação transcendente e hiperfísica, que parece fazê-lo afastar da finalidade meramente física do seu amor. É porque o impelem então o génio da espécie e os seus interesses superiores. 
Recebeu a missão de iniciar uma série indefinida de gerações dotadas de determinadas características e constituídas por certos elementos que só se podem encontrar num único pai e numa única mãe; só essa união pode dar existência à geração determinada que a objectivação da vontade expressamente exige. O sentimento que o amante tem de agir em circunstâncias de semelhantes transcendência, eleva-o de tal modo sobre as coisas terrestres e mesmo acima de si próprio, e tranforma-lhe os desejos físicos numa aparência de tal modo suprasensível, que o amor é um acontecimento poético, mesmo na existência do homem mais prosaico, o que o faz cair por vezes em ridículo.    

Arthur Schopenhauer, in 'Metafísica do Amor' 


     Para começar, ele dizia que o amor não é um assunto banal que não devemos vê-lo como distração de assuntos mais sérios ou adultos. Não é por acaso que se trata de um sentimento tão avassalador, capaz de tomar conta de nossa vida e de todos os momentos de nosso dia. Ele diz que não devemos nos culpar tanto pelo estado de desespero e obsessão em que entramos se o amor fracassa. Ficar surpreso com a dor da rejeição é ignorar o quanto de entrega a aceitação exigiria.

    Criamos histórias de amor para nós mesmo, imaginamos que nos apaixonaremos por um parceiro que nos fará felizes. Mas Schopenhauer via isso de maneira diferente. Para ele, nós nos submetemos a telefonemas ansiosos e jantares caríssimos, a luz de velas por uma única razão: o impulso biológico para perpetuar a espécie. Ele o chamava de “impulso de vida”.  Nada na vida é mais importante que o amor, porque o que está em jogo é a sobrevivência da espécie”. O amor é uma tática da natureza para nos levar a ter filhos. Por mais que gostemos de nos imaginar como seres românticos somos todos, basicamente, escravos do impulso de vida. 
      Schopenhauer procurou falar de um tema muito pouco abordado pela Filosofia “O AMOR”. Ele tentou definir o amor como a manifestação de um desejo inconsciente de perpetuar a espécie. Pois conscientemente ninguém suportaria carregar o fardo pesado da “vontade de vida” (nome que Schopenhauer atribuiu ao desejo instintivo de perpetuar a espécie). Ninguém quer admitir que todas aquelas juras de amor não passam de um artifício natural para garantir a sobrevivência da espécie, isso nos reduz a simples marionetes ou a criaturas programadas para reproduzir. Schopenhauer defende que este desejo não é exclusivo dos seres humanos, e que está presente em todos os seres vivos. 

     Para Schopenhauer o amor romântico é uma invenção cristã. A vontade de vida vai trabalhar da seguinte maneira, ela aproxima duas pessoas de maneira que uma vai encontrar na outra aquela característica que não possui. Por exemplo, pessoas altas dificilmente irão ter interesse por uma pessoa da mesma estatura, os louros gostam das morenas, cada homem desejará ardentemente e preferirá as criaturas mais belas, porque nestas está impresso o tipo mais puro da espécie.

     Portanto, a busca zelosa e apaixonada pela beleza, não se refere ao gosto pessoal de quem procede, mas ao fim verdadeiro, o novo ser, que tem que conservar o tipo da espécie da maneira mais pura possível. Os homens são inclinados a inconstância no amor e a mulher a constância. O amor do homem diminui sensivelmente depois de satisfeito, isso não significa que não irá ter interesse por outras mulheres, se trata apenas de um artifício natural para que o homem procure outras parceiras. Isso explica o sentimento de decepção que muitos experimentam depois que o gozo é obtido. 
     O que está em jogo é a permanência da espécie no planeta. É dessa maneira que a natureza seleciona as características dos indivíduos que vão nascer. Tendo assim total controle do processo. Schopenhauer teve vários relacionamentos amorosos, mas nunca casou, falava que quando pessoas casam irão fazer tudo para se odiarem.


Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1771756-amor-segundo-schopenhauer/#ixzz2W0rWwdjc O amor segundo Schopenhauer

Nenhum comentário:

Postar um comentário