quarta-feira, 12 de junho de 2013

O amor... Segundo Sexo - Simone de BEAUVOIR

Achei propício para a data... Vamos discutir o que é amor para homens e mulheres?!

A palavra "amor" não tem o mesmo sentido para um e para o outro sexo, e essa é uma ori­gem dos graves mal-entendidos que os separam. Byron disse, com razão, que o amor é ape­nas uma ocupação na vida do homem, ao passo que é a própria vida da mulher. É a mesma ideia que Nietzsche exprime em A Gaia Ciência:
"A mesma palavra amor" diz ele, "significa de facto duas coisas diferentes para o homem e para a mulher. O que a mulher entende por amor é bastante claro: não é apenas a dedica­ção, é uma doação total de corpo e alma, sem restrição, sem nenhuma consideração pelo que quer que seja. É essa ausência de condição que faz do seu amor uma fé, a única que ela possui. Quanto ao homem, se ele ama uma mulher, trata-se do amor que ele quer dela; por­tanto ele está muito longe de postular para si o mesmo sentimento que para a mulher; se houvesse homens que sentissem também esse desejo de abandono total, podem estar cer­tos, não seriam homens."
Há homens que em certos momentos de sua existência podem ter sido amantes apaixona­dos, mas não há um único que possamos definir como "um grande apaixonado" em seus arrebatamentos mais violentos, eles jamais abdicam totalmente; mesmo se caem de joelhos diante da amada, o que eles desejam ainda é possuí-la, anexá-la; permanecer no centro de suas vidas, como sujeitos soberanos; a mulher amada é apenas um valor entre outros; eles querem integrá-la na sua existência, não absorver a sua existência inteira nela. Para a mu­lher, ao contrário, o amor é uma submissão total em proveito de um senhor."
Simone de BEAUVOIR, Lamoureuse, Lê deuxième sexe, Folio-Essais, Paris, Gallimard, t. 11, cap. II, pp. 376-7.

4 comentários:

  1. Eu resumo o amor como um medo de não ser um sentimento reciproco, os sentimento tanto no homem quanto na mulher são iguais e não são teorias de filósofos que tiveram experiências ruins e escreveram livros teorizando-o em pragmatismo sentimental, que os chancelam doutores, muito menos são teorias que reverberam credibilidade no assunto tão individual e divino para cada individuo. Enfim Lais, ame sem medo de não ser amada e seja feliz!

    Att, Alex


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    1. Não tenho medo de não ser amada, pois enquanto mulher não devo aguarda ser correspondida por um sentimento que os homens não podem corresponder... se pudessem não teriam a necessidade, da qual chamam de extinto, de trair, mentir e enganar a outra pessoa. Pois se é pra falar do amor divino e propagado na perspectiva religiosa cito "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;"
      1 Coríntios 13:4-5 E essa postagem não tem o proposito do despeito de estar sozinha, e se a teoria da Simone de Beauvoir não baseia-se na sua biografia amorosa, mas faz parte de um obra da qual foi analisada a sociedade patriarcal e machista que colocava as mulheres a margem da sociedade. Esse estudo pertence a história de gênero, da qual tenho o prazer de colaborar com minhas pesquisas...

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    2. Dizer que não tem credibilidade, é ignorar sumidade que é Simone de Beauvoir, ignorar o quanto colaborou para os estudos sobre o feminismo, o entendimento sobre a sociedade e o seu olhar sobre a mulher enquanto sujeito livre. Espero que compreenda a intenção desta postagem! obrigada por participar com seu comentário Alex.

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